sexta-feira, julho 31

rascunho

deite aqui
a prata da casa
a mágoa da cama
ainda arrumada
deixe que
a voz rouca
do pai encontre
na boca rota
o pescoço filial:
ma chair e mon sang

segunda-feira, julho 27

acordar

na segunda com a ressaca de sexta
os desamores os mais cativos
e a chegada de mansinho
uma leitura de lábios
na carne muda
a contramão
do segredo
siamo qui

sábado, julho 25

chance meeting

quando pega assim com a mão cheia esse peso morto de macio volume em bruta carícia apertando e prestes a inflar em repouso as cavernas de carne agora exposta no repouso branco da tua úmida (por favor, um pouco de ar)

quinta-feira, julho 16

meia volta

podes conferir:
voltou com todo o mistério a vapor de louco, motivas de nada, projetos rococó com cantorias de galos barrocos.
podes ferir que ele gosta daqui:
a trilha de felina aberta.

green-eyed lacrimosas

ai, as tuas meninas ainda brincam de esconde-esconde na grama do teu que ainda tanto deseja

Rio Monte Video

você cola a face no livro e agradece o elogio. diz que ele também continua hermoso. ele ri já já já com a boca embolada em segredo de tâmara. você assinala novembro, no dia de São Tiago. no hay problema. quem ri agora é você que sabe de um tango que ainda dá samba que ninguém entende nem sabe dançar: este passo de dois.

quarta-feira, julho 15

&

pra você
o único que segue
a linha fraterna
sangue do sangue
dele
atado ao lácio
da letra em
flor
da língua
que beija
teu não
eu

moderato cantabile

ele se livra no silêncio, não responde, não dá as caras e a coragem fica beijando o chão, acaricia a indiferença com o sorriso branco de hálito puro que revela uma falha no meio da lente, enquanto não quer enxergar o fingimento de pura defesa rondando qualquer proximidade possível, evitando o devorar de garras e virar antepasto de tuas loucas delícias.
ele some te mata entre flores escapa
e respira

turning

então
ele reaparece sem a fina estampa das cartas, sem lenço nem documentos do lado de lá.
volta ladroando a tua vigília, mastiga um chiclete cinzento pensando no crime perfeito.
abre a porta da tua morada com a pergunta guardada trinta dias no pescoço.
ele responde
dois pontos