quarta-feira, dezembro 7

recogito

o pulso da carne do dente
jaz nascer dormente
a outra língua
morde a pele em semente
em flor de dor de repente
a outra língua

fios desvios tortos destrilhos
passados a míngua
recortes cantigas antigas matilhas
do sabor o que fica

o sumo do creme de fel
traz delícias na boca do céu
da outra língua
abre sombra horas rotundas
rumina muco monturo aprofunda
umas poucas certezas

um rasgo estranho
no músculo rouco
um ranho
de coser
palavras