sexta-feira, julho 22

no fim de tudo

por que não põe pra passear
aquele disco
aquele cisco no circo em teus olhos
por que não apela ao pelo da memória
e não deixa
esta mecha
este ponto de luz na rua da retina
velar o verso escondido

assim talvez esbarre
na barra da saia
de uma canção

a coisa mais linda de se ver

mamãe me dá dedeira
amamenta minha canseira
pra fazer toda a poeira
daquele amor passar
minha teta se dissolve
na alegria da prova dos nove
não deixe mamãe não deixe
meu cafona coração
juntar saudade e vatapá
antes da noite chegar

segunda-feira, julho 4

lista da semana

guardar as roupas e ninar o tempo
colocar os minutos no colo
acalantar os dias recentes
sorrir com olhos de prata
fazer da noite longa um afago
deixar os dentes escovando o sabor do ar
para não temer não surrar e morder
a cantoria doce e imunda do amor