segunda-feira, novembro 9

o que sobra do escarro

os retratos não portam mais os rostos
as descrições não acalmam as perfídias

alegorias e adereços

forro de tule drapeado
sambando em finas porcelanas
tela cristalina a cada deslize
de uma luz tensa e amarela
em fuso horário padrão do pacífico

mesmo com a pronúncia do fim
sobre o negrume do chão
em balada almejada

há uma curva presa
na perna estendida
o dedo tíbio apontando a chama
um lado de dentro com duas saídas


vuelto

um lance de fados
soda limonada se desfaz
como sumo da boca

mais um vento do norte
sopra forte todo dia

um chiado assim
maciço

sopra no corpo
a velha visita