segunda-feira, novembro 30

morse

por que não fura a tela e rouba os meus desejos?

tom tongue

it's hot today
a glass of wine
foreign affairs
explicit lyrics
and soundtracks
a sunny feeling
blues goes fast
cause you dance
a little bit closer

sábado, novembro 28

hide and seek

ele quer que você aqueça tudo o mais, mesmo que o ceú caia sobre a sua minissaia, só quer que você tire da cartola
aquela palavra.

quinta-feira, novembro 26

un bolero

por que escrever sobre o amor? por que não outro tema? por que não vira o disco? por que não se entrega sem ternura? por que buscar tanto querer? por que se rasga tanto nestas letras? por que não se distancia?

por que te dar tanta vida?

uma companhia

quando dois bicos não se beijam
um olho diz merda ao outro
a lebre caça pelo cão
que final terá nossa fábula?

a rosa mais linda que houver

de uns dias pra cá, ele tem escutado muito Chavela Vargas e seu tecladinho, deixado seu sangue derramar sobre a vereda tropical, derretendo no calor e nos abanicos de palmeiras
pra ficar um pouco mais, un chiquitito más
com esta infelicidade
tua

old school

volta vem
viver outra vez
este filme demodé
ser trem e coração
na brilhantina do tempo
(pega, rapaz)

quarta-feira, novembro 18

ethos

feito papel carbono
rasbicando mesquinho
perguntas e perguntas
na tua cara de barba feita
pra te ver roçar
com ódio e desejo
esta cabeça tronco
e membros da tua vingança
teu escravo seu escarro

segunda-feira, novembro 16

projétil

Olhar pra você não é propriamente ter um espelho, mas o reconhecimento de um tempo onde havia algumas esperanças e nenhuma certeza, uns pequenos fracassos a cada passo, as malas prontas para a fuga, um sorriso que hoje não se estampa, as esquinas de sábado no corujinha, pernas bambas pra que te quero, pois tem os cabelos que me faltam.
Teu retrato, meu teatro.

sexta-feira, novembro 13

out of fashion

não tem ninguém por aqui
não há nada que devolva
neste espaço em branco
você

sábado, novembro 7

bate e volta

coração vem cá
fazer cafuné
em um naco de pedra
meu coração

sexta-feira, novembro 6

R.S.V.P.

tudo quente mas nada degela
ao menos uma gota de sangue
ou uma sobrevida um pulsar
que não se rasga nem se apaga
do outro lado da tela

surpresa

atende e reconheço
estava ali desde antes
ressoando no ouvido
o jardim das tuas delícias
através de grades grossas
dourado brilho em portão
que impede de avançar
bato a cabeça
repouso e retorno
ao suspenso sussurro
de tua voz

keywords

por que não vem aquecer este fio de voz, esta promessa, o carmim que nos sustenta?

terça-feira, novembro 3

cinco horas

Tem que ser de porcelana branca, fina, com uma colher de chá pra tirar o amargo da tinta. Antes do primeiro sopro de voz, um gole pra adoçar, um diante do outro, antes de qualquer oi como vai. Deixará que ele explique esta esfinge de dois quando encostar a boca na borda do jogo. Vai descer lanhando queimando goela abaixo. Esse teu beijo expresso.

segunda-feira, novembro 2

P&B

por aí, com um balaço no peito sempre quando vinha aquela canção, tema deste nada, fundo musical possível pra uma cena que não saiu do script
às vezes procurou um grand finale com drops de anis e pipoca pra ver se sumia aquela imagem guardada
em você

rewind

Ok, você venceu, entendeu o recado no canto da página, este sangue que se coagula na grafia, pedindo tuas raspas teus restos o que falta falta falta o que se repete pra ter a tua pele na tela, este videodrama .
Encoste o teu rosto, a mão está aqui.

esquiva (um provérbio)

sim
é isca de pesca
escondida
pelo cúmplice
deste silêncio
mútuo

som
obscuro na boca
esperado
por aquilo que
seja bendito seja
você